2010 será o ano do Tigre, muito turbulento, agressivo e turbinado de dinheiro. Não é para menos: eleições para presidente do Brasil e para senadores, deputados e governadores – barra pesadíssima à vista. Para amainar os ânimos, estende-se o tapete para os fatos recorrentes e para fingir também a sensação de “normalidade”: a começar o ano, várias taças de champagne ou cachaça na beira da praia com direito a sete pulinhos, uma limpeza básica na escadaria do Senhor do Bonfim, uma festa de reis magos, uns pulinhos na folia de Momo, uma estréia hoteleira no teatro, um debut suspeitoso na TV, uma apostadinha no Oscar, uma vibração na estréia do Bruno Senna na F1, alguns ovos de páscoa, uns presentinhos pra mamãe, uma pegadinha no pau de Santo Antonio, uma paradinha no boteco para assistir os jogos da copa, um tchausinho para as amigas da parada gay, um engarrafamento na descida para o litoral, um alô pro papai, um mergulho na Praia Grande, umas brejas geladas e fondue no inverno, uma soneca durante o horário eleitoral, uma corridinha no Ibirapuera enquanto os milicos marcham, uma votadinha rapidinha para ir no cineminha, uma seguradinha na corda do Círio, uma ajoelhada para dona Aparecida, um retorno de segundo turno cheio de manguaça, uma ceia de Natal com peru e groselha, uma torcidinha na corrida de São Silvestre, e uma viagem pro réveillon com chapagne ou cachaça de Yemanjá.
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