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Sunday, April 14, 2013

Mata Hari e 007: Brasil, Nação Sem Caráter

Mata Hari e 007: Brasil, Nação Sem Caráter: Terminei de ler Brasil, Nação Sem Caráter (2013) de Hermano Leitão da All Print Editora . Gostei muito! O autor é advogado e faz um apa...

Monday, April 01, 2013

Noite de Autógrafos


                                               Brasil, nação sem caráter.

A partir de uma introdução que aponta um roteiro delimitado no objetivo da obra, o primeiro capítulo trata da Colonização no Brasil por meio da análise do caráter do povo Português; dos paleolíticos Tupiniquins; das consequências da Guerra dos Tamoios; uma comparação com o indígena Americano; o fato de três séculos de escravidão sangrenta; a inexistência de uma revolução dos negros; a realidade do Apartheid; o imperialismo brasileiro na Guerra do Paraguai; a essência dos conflitos internos com a Coroa Portuguesa - em especial a explicitação da carnificina da repressão na cabanagem; o condicionamento religioso diagnosticado como “Ditadura do Sobrenatural”; e, por fim as contribuições da emigração europeia - a italiana em particular.
O segundo capítulo matiza a influência do poder militar com a fundação da República; a repressão e inexistência de participação popular na República Velha; o jogo de poder do Tenentismo; as consequências duradouras da Ditadura Vargas; a reação esboçada na Revolta Paulista de 1932; o limiar da simpatia Nazi-Facista nos círculos de poder da República; a política desenvolvimentista dos Generais Ditadores; e, em contraponto, uma visão sobre os movimentos de combate à ditadura por meio de métodos terroristas.
No terceiros capítulo, o livro foca o "Poder Civil" a partir da Lei de Anistia; a inauguração da Nova República; uma visitada no panorama mundial com a queda do muro de Berlim; e o desmoronamento das estruturas econômicas do país no governo Sarney, bem como o advento da presidência de Fernando Collor: do confisco ao impeachment. Oriunda dessas crises, aponta a criação do Plano Real; e a discussão da ética na política desemboca na crise Mensalão do PT.
Até essa crise de caráter, o Brasil pode ser comparado a um indivíduo cuja infância foi violenta e a adolescência foi uma aventura criminosa impune. Nessa perspectiva, o quarto capítulo questiona a legitimidade dos Poderes, a descrever um Legislativo dependente e provisório; um Executivo centralizador e autoritário; um Judiciário moroso e tentacular; e uma estrutura partidária sem participação permanente de eleitores. Essa composição social desestruturada provoca a atenção no livro para o drama da violência urbana, cujo freio civilizatório da educação se apresenta impotente para encaminhar o amadurecimento do brasileiro.
Diante desse drama desenvolvido pelo fio da violência e ineficácia do modelo social, econômico e político, o quinto capítulo propõe a ruptura por meio da consideração das diferentes regionalidades culturais, sociais e econômicas de cada região com suas respectivas Administrações Independentes e Orçamentos próprios. No livro, esse processo é denominado de Revolução Estrutural a ser implementada por uma Constituição Divisória. As peculiaridades da União Federativa do Brasil são desenhadas em um novo modelo de estrutura institucional de cinco poderes horizontais e independentes, conforme organograma apresentado na obra. A verticalização de cada estrutura de poder desemboca no prestígio do cidadão ou da representação social nuclear mais dinâmica, como forma de se atingir o Caráter Proposto.
No mínimo, o livro enfrenta as desigualdades entre regiões e cidadãos, para falar da dor e da perspectiva dessa Nação sem caráter.