Search This Blog

Saturday, January 21, 2012

Cinqüenta Anos em Cinco Horas

Cinqüenta Anos em Cinco Horas
Hermano Leitão
Meio século de vida parece um espaço de tempo considerável para formar um quadro sobre a vida por meio de uma retrospectiva dos eventos e pessoas que causaram impactos nas mentes e corações, sobretudo porque viver num país sul americano insular das vagas mundiais tem as vantagens de se estar aberto para tudo que o homem pode ser capaz. No retrovisor, da ditadura militar dos anos 70 ao governo populista do início do século XXI, a regra de ouro tem sido o controle da massa por meio da propaganda ideológica - da direita para a esquerda -, sob o combustível ora das armas ora do dinheiro fácil, sempre mediado pela corrupção humana. Sem diferença de fundo, “ESTE É UM PAÍS QUE VAI PRA FRENTE” até “NUNCA ANTES NESTE PAÍS”, a realidade é mascarada para por em prática projetos de poder de ideologias sempre anacrônicas, ou, da ameaça armada e escancarada ao mais boçal culto à personalidade do querido líder, o ideário é a conquista da unanimidade subserviente dos formadores de opinião ávidos pelas vantagens do capitalismo de Estado. Para não dizer que não se falam das flores, os incompreensíveis destinos de Jane Joplin a Amy Winehouse - a passar pelos Beatles, Michael Jacson, Elton John e Madonna -, fizeram outra revolução sem armas e sem rancor no comportamento de uma geração abismada por sexo, droga e rock n´roll. A sublimar as dores do coração com Roberto Carlos, Caetano Veloso, Cazuza, Renato Russo, Cássia Eller e Mariza Monte bem que se quis guardar segredos de liquidificador, mas restaram os caracóis dos detalhes de um estranho amor por uma vida bandida. Talvez esse período transformou muitos em esquizofrênicos como Zelig; em mudos para se dançar conforme a música no Baile; em reféns da mística como na Vida de Brian; em colecionadores de Retratos da Vida; em frívolos como nos Embalos de Sábado à Noite; em inocentes úteis como Forrest Gump; em confusos como em Zabriskie Point; em folclóricos como na Marvada Carne; em catolicamente lascivos como em Decameron; em infantilizados como em E.T; em passionais como em Moulin Rouge; fervorosos como em O Pagador de Promessas; ou em hedonistas como em Hair. Seja como tudo for, as reiterações dos fatos da vida também emolduraramm a paisagem cinquentenária, a clamar por razões que só o inconsciente permite desvendar. No cenário da criação lúdica, as talentosas Fernanda Montenegro e Beth Goulart protagonizaram respectivamente A Moratória e O Jardim das Cerejeiras em uma coincidência dramatúrgica perturbante, justificável somente pela existência de um inconsciente coletivo que faz reverberar iguais idéias ao redor do mundo. Esse alargamento da energia da libido proposto por Jung talvez explique o amor de Lorca por Salvador Dali, o qual rendeu a infertilidade de Yerma e um quadro de um assassinato com um reiterado desenho de um pênis impotente, que, aliás, Freud desvendou como a inveja propulsora e humilhante do Mal Estar na Civilização ou o motor das relações de porder e da impossibilidade do amor entre os homens. Em suma, cinquenta anos podem ser uma ilusão de tempo sem espaço para sobrevivência de humores em cinco horas, mas ressuscitam sentimentos de uma nostalgia particular, que sucumbe à realidade da era irracional do carbono corrosivo de vidas e de sonhos.

Monday, January 02, 2012

The need of dreaming

The need of dreaming
Hermano Leitão
We live mostly in an unconscious level due to our limited power to process all information that we receive in a daily basis and also from our genetic background. This causes us a variety of feelings and behaviors that we can not relate to what we perceive as a real fact of our lives. The way we release those unknown subjects or incomprehensible relations between what we think about of things and how we react to them impel us to believe in a surreal world. In other words, we need to dream about magic or supernatural happenings in order to survive in a jungle of daily nightmares. Thus, fairy tales and fiction play an important role to calm down our fears of failure or to vanishing into dust. For instance, arts, politics and religion take advantage of this necessity to lead men toward their targets. Nevertheless, there are different purposes in each field they play this ancestral game ranging from pure manipulation of our souls to a naïve search to free mankind of his obtruded mind prison. In the name of a super powerful divinity which threat us to live in eternal inferno if we do not obey his rules, religion captives us in order to serve its table of magnanimous offer to save humanity in exchange of a promised and unconditional slavery to a named church. Aside with allies and with a big stick that points to the risk of inflation, unemployment and other social threats, politicians sells their souls to the devil to acquire power and fortune at the expenses of the ones they are supposed to represent or to defend them from misery. Floating in waves of ludicious games, artists propose an interaction with hidden realities and the expansion of consciousness, even though it could break apart all limits of his own existence. In this need of dreaming, action always cure fears as long as we live.